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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Homossexualismo: Nasci gay, sou feliz e dai?


Proctologista: Dr. Paulo Branco
www.medicinaintegrada.med.br
blog da saúde gay

Homossexualismo: Será que alguém já nasce gay, e dai se for?

- E se for, qual o problema?
É compreensível que os pais queiram que seus filhos sejam pessoas saudáveis e realizadas – e, consequentemente que se preocupem com o tipo de relações amorosas nas quais se envolverão quando adultos. Hoje se sabe, porém, que a orientação sexual não é garantia se sucesso ou felicidade. O que parece fazer diferença, realmente, é a qualidade dos vínculos afetivos que uma pessoa mantém e o quanto se sente confortável com sua capacidade produtiva nas várias áreas da vida. Nesse sentido, a proximidade e o apoio das pessoas queridas se mostram muito mas importantes que a orientação em si. Ou seja: ter lugar nos diferentes grupos de referência ( Família, trabalho e amigos) fortalece o sentimento de pertencente, fundamental para o bem-estar emocional e até mesmo físico. Em geral, quando alguém se sente aceito como é pelos mas queridos , o eventual enfrentamento de qualquer tilo e discriminação se trona muito menos doloroso. Independentemente do sexo e da idade, cada pessoa faz um balanço inconsciente entre a possível resistência que poderá encontrar em alguns de seus círculos sociais e o apoio que encontrará em outros.
Algumas pesquisas recentes sugerem que homens e mulheres que assumem a orientação homoafetiva publicamente apresentam um aumento da autoestima e redução do risco de e redução do risco de depressão e de suicídio. Mas nem sempre é o que acontece, segundo alguns psicólogos. Psicólogos da universidade de Essex constataram que o bem-estar em afirmar a própria sexualidade depende do contexto social em que a pesos está inserida.
Para chegarem a essa conclusão, os pesquisadores entrevistaram 161 homossexuais de ambos os sexos e bissexuais com idade entre  18 e 65 anos sobre o nível de bem-estar que sentiram em afirmar sua orientação em cinco círculos sociais: amigos, parentes, colegas companheiros de escola e comunidades religiosas. Os participantes, recrutados em debates públicos pelos direitos dos homossexuais, em redes sociais e em listas de e-mail  de estudantes universitários, responderam aos pesquisadores por meio da internet e de forma anônima.

Comentário: Seria muito mais interessante e reconfortante para as famílias se os pais tivessem em mente que filhos homossexuais obviamente têm muitas maneiras de contribuir com o mundo além de se reproduzir.

- Será que já nasce gay?
Mesmo esclarecidos e bem informados são raros os pais e mães que não se preocupam quando o comportamento de suas crianças foge aos estereótipos de normalidade. Meninos com jeito delicado de andar, interesse por bonecas, maquiagem e vestidos, aversão por jogos e esportes que exijam contato físico com outros garotos costumam incomodar os adultos. O mesmo se da comas garotas que desprezam as bonecas, odeiam rendas e vestidos, preferem participar de brincadeiras consideradas masculinas, nutrem especial interesse por ferramentas e têm coragem de afrontar os meninos chamando-os para a briga. Esses padrões de comportamento são frequentemente temidos, como se fossem mensageiros certos de homossexualidade na idade adulta. Apenas recentemente cientistas especializados no estudo das fases do desenvolvimento humano têm realizado estudos mais categóricos para identificar de forma confiável os primeiros sinais  da orientação homoafetiva. Ao olharem atentamente para a infância de pessoas gays, alguns grupos de pesquisadores têm se esforçado para encontrar e catalogar um intrigante conjunto de indicadores comportamentais que homossexuais parecem ter em comum. O mais curioso é a constatação de que os antigos medos homofóbicos de muitos pais refletem de forma genuína o curso das previsões que fazem em relação aos filhos.

- Características Homossexuais na infância, quais seriam?
Os psicólogos investigaram os comportamentos típicos esperados para cada gênero, em cada época da vida. Segundo essa concepção, seriam diferenças inatas referentes ao modo de agir de moças e rapazes.
De acordo com vários estudos, cada vez mais os cientistas têm chegado à conclusão de que a orientação sexual não é influenciada pela aprendizagem, sendo encontrada em todas as culturas pesquisadas. É claro que existem exceções; no entanto, apenas quando são comparadas os dados em conjunto as distinções sexuais ficam mais evidentes e ganham valor estatístico.
As divergências mais marcantes estão sob o domínio das brincadeiras infantis. Os meninos se engajam nos chamados “jogos de combate e queda”. Já as meninas preferem a companhia de miniaturas de objetos domésticos ao risco de levar um chute nas costelas. O interesse pelo tipo de brinquedo seria outra pista para identificar diferenças entre os sexos: Enquanto os meninos são fortemente atraídos pelas armas de brinquedo, carrinhos e caminhões de guerra, as garotas não resistem às bonecas e acessórios femininos.
Crianças de ambos os sexos se divertem simulando algumas brincadeiras, mas os papéis, no contexto da fantasia, são desempenhados de acordo com cada gênero. A partis dos 2 anos, há uma verdadeira segregação entre os pequenos. Elas costumam fazer o papel da mãe que canta para seu filhinho, de bailarinas ou de princesas de contos de fadas, enquanto os meninos preferem ser soldados ou super-heróis. Portanto, não é surpreendente o fato de que os garotos escolham outros meninos como parceiros, ao passo que, para as garotas, seria muito mais interessante brincar com outras garotas.
Desse modo, com base em algumas pesquisas anteriores menos fidedignas, aliadas a uma boa dose de senso comum, Bailey e Zuker lançaram a hipótese de que homossexuais mostrariam um padrão invertido dos comportamentos esperados durante a infância: os meninos preferindo as meninas como companheiras de brincadeira, encantados com o Kit de maquiagem da mãe, e as garotas apaixonadas por futebol ou luta livre, por exemplo. Eles descobriram que o que acontece na prática é muito distante desta suspeita. Com base no conhecimento  empírico, ou seja, na experiência, os autores explicam que há duas maneiras de investigar essa hipótese: o estudo prospectivo e o retrospectivo.

1- Estudo Prospectivo:
Consiste em observar as crianças que exibem padrões de comportamento atípicos em relação ao gênero durante a adolescência e no início da fase adulta, para que sua orientação sexual possa ser avaliada na maturidade.  No entanto, por diversas razões  este método não foi muito adotado. Dado que apenas parte da população é homossexual, estudos prospectivos não são viáveis por demandar um grande numero de crianças. A abordagem também leva um longo tempo – cerca de 16 anos. Além disso, não há uma quantidade grande de pais dispostos a oferecer o filho como objeto de  estudo. Por fim, geralmente apenas crianças que apresentam comportamento significante atípicos em relação ao gênero são trazidas às clinicas pelos pais quer podem aceitar colaborar com os pesquisadores.
Em um estudo de 2008, a psicóloga Kelley Drummond coordenou uma equipe de pesquisadores encarregados de entrevistar 25 mulheres adultas entre 3 e 12 anos de idade haviam passado por avalição psicológica a pedido dos seus pais. Na época, todos demonstraram indicadores do diagnostico de TRANTORNO DE IDENTIDADE DE GENERO  ( a desconfortável sensação de que o seu sexo biológico não corresponde ao seu modo de ser). Elas preferiram parceiros de brincadeiras do sexo masculino, insistiam em vestir roupas de meninos, gostavam de atividades agressivas, e várias afirmavam não só que desenvolveriam um pênis quando crescessem, mas também se recusavam a urinar sentadas. Embora somente 12% delas tivessem, de fato, desenvolvido o transtorno de identidade de gênero, a probabilidade de que as mulheres relatem orientação homossexual ou bissexual é 23 vezes maior que a população feminina em geral. É evidente que nem todas as garotas que tem comportamentos considerados tipicamente masculinos serão lesbicas. No entanto, as pesquisas sugerem que mulheres homossexuais, frequentemente, têm historia de comportamentos atípicos em relação ao gênero feminino durante a infância. E o mesmo vale para os homnes. Bailey e Zuker conduziram um estudo – desta vez retrospectivo – com voluntários, todos homossexuais escolhidos aleatoriamente, que deveriam responder perguntas sobre o próprio passado. Os resultados mostraram que 89% dos pacientes se lembraram de terem comportamentos  considerados femininos durante a infância, com frequência superior à média heterossexual.
Alguns estudiosos, entretanto, argumentam que a memória dos participantes pode ter sido distorcida como uma forma de atender as expectativas sociais e aos estereótipos. No entanto, um estudo na área de psicologia do desenvolvimento publicado em 2008 mostra evidencias – como vídeos caseiros, por exemplo – que validam a análise de acontecimentos passados. O fato é que, sem muito discernimento, os adultos tentam decifrar a criança observando seus comportamentos. Os pesquisadores constataram que, de fato, as características que na fase adulta identificam as pessoas como homossexuais foram consideradas destoantes do gênero na época em que elas ainda eram crianças.
Vários estudos têm demonstrado este padrão geral, revelando uma forte ligação entre os desvios das normas de gênero em relação aos papéis na infância e a orientação sexual adulta. Há também evidências de um efeito de dosagem: quanto mais características diferentes se apresentam do que se espera de determinado sexo durante a infância, maiores são as possibilidades de uma orientação homossexual ou bissexual na vida adulta.
Entretanto, obviamente nem todos os meninos que tenham provado vestido quando eram pequenos serão gays, assim como nem todas as garotas que desprezam roupas femininas se tornarão lesbicas. Muitos serão heterossexuais e talvez alguns se tornem transexuais. No entanto, muitas vezes, na infância e adolescência a criança ou o jovem se mostram claramente socializados de acordo com as normas de cada gênero e só mais tarde apresentam interesse por pessoas do mesmo sexo. Essas constatações podem parecer contraditórias à primeira vista, mas só evidenciam o óbvio: não há normas claras nem receita para definir a orientação sexual de uma pessoa. No entanto, alguns experimentos apontam indícios. Estudos transculturais revelam que meninos com tendências homossexuais são mais atraídos por esportes solitários, como ciclismo, natação e tênis, que por atividades que envolvam contato bruto. Além disso, são menos propensos a serem “valentões” na infância.

- E O SABER ANTES?
Os pesquisadores admitem que uma grande variedade de fatores, sem dúvida complexos, interfere no desenvolvimento da sexualidade. Eles acreditam que aspectos hereditários e biológicos devam compor com experiências e influencias do ambiente para produzir a orientação sexual – qualquer que seja ela. Traços homossexuais precoces muito evidentes, ou seja, crianças que mostram acentuados comportamentos considerados rápidos, podem ter maior carga genética que contribua para a orientação homoafetiva. Por outro lado, adultos gays que tiveram comportamentos típicos de acordo com o gênero quando crianças podem atribuir o interesse por pessoas do mesmo sexo mais diretamente às experiências que viveram na infância.
Então chegamos à pergunta mais importante de todas.

- POR QUE OS PAIS SE PREOCUPAM TANTO EM SABER SE OS FILHOS TÊM PROPENÇÃO PARA SER GAY?
  De fato, parece bem difícil encontrar pessoas que realmente prefeririam que seus descendentes fossem homossexuais. Evolutivamente, a homofobia dos pais é facilmente entendida: gays e lésbicas, a principio, não poderiam perpetuar a espécie. Embora com os avanços tecnológicos e sociais essa situação atualmente já não se sustenta, a ideia persiste.
Com certeza seria muito mais reconfortante para as famílias se os pais tivessem em mente que filhos homossexuais obviamente têm outras maneiras de contribuir com o mundo além de se reproduzir. Se os cientistas pudessem, eventualmente, prever com precisão a orientação sexual de adultos quando ainda pequenos, os pais iriam querer saber? Depende. Certamente alguns cuidados por parte dos adultos poderiam facilitar as coisas para a criança, poupando-lhe o desgaste de temer constantemente ser rejeitada ou ter de se preocupar com alguns deslizes que a pudesse expor. Evitariam, ao menos, as difíceis e incessantes perguntas durante a adolescência sobre o motivo de não estar namorando aquele ou aquela para os rapazes, adorável  colega do sexo oposto.
Além do mais, imagino que deva ser muito difícil olhar nos olhos do seu filho, quando criança, niná-lo até que durma em seus braços, passar a mão no seu rosto para tirar o excesso de chocolate da sobremesa que ficou no canto de seus lábios e, alguns anos depois, manda-lo para fora de casa por ser homossexual.

Muitos gays e lésbicas contam que descobriram sua preferência pelo mesmo sexo  ainda na infância. As pesquisas estão mostrando que isso provavelmente é verdade, à medida que se acumulam as evidencias de que a orientação sexual não é nem uma tendência determinada pelo triplo de criação recebida. É algo que já nasce com a pessoa.
Em um estudo recente, exames mostraram que o cérebro dos homens gays é semelhante ao dos heterossexuais, enquanto o das lesbicas se parece com os heterossexuais masculinos. As características cerebrais investigadas desenvolvem-se no útero ou na primeira infância, o que significa que a influência de fatores psicológicos ou ambientais é mínima ou inexistente, afirmam os pesquisadores do Instituto do cérebro de Estocolmo, na Suécia.
Os pesquisadores usaram imagens de ressonância magnética para obter o cérebro de 90 voluntários:25 homossexuais e 20 heterossexuais de cada sexo. Descobriu-se que os homens heterossexuais e as lesbicas apresentavam cérebro assimétrico; isto é, o hemisfério cerebral direito era maior do que o esquerdo. Já o cérebro das mulheres heterossexuais e dos homens gays era simétrico.
Em seguida a equipe usou a tomografia por emissão de pósitrons para medir o fluxo de sangue a uma área cerebral chamada de amígdala que é a sede das emoções, do medo e da agressividade. Para minimizar influencias externas e culturais os cérebros foram examinados em repouso e não foral exibidas fotografias aos participantes e nem foi introduzido nenhum comportamento que pudesse haver sido apreendido. Nesse exame observou-se  que nos gays e nas heterossexuais, o sangue flui para áreas envolvidas com o medo  e a ansiedade.



A orientação sexual genética?
A questão permanece em aberto. E se os gens estiverem mesmo envolvidos, será que eles produzem dois tipos distintos de orientação,  hetero e homossexual, da forma como acredita a maioria das pessoas?

E onde se encaixa a bissexualidade?
Embora nenhuma pesquisa seja totalmente conclusiva, estudos de gêmeos criados juntos, criados separados arvores genealógicas indicam pelo menos para os homens que quanto maior o numero de genes em comum com um parente gay, maiores serão as chances de você ser um homossexual também.
Mas nenhum progresso da ciência irá resolver as questões morais e filosóficas em torno da orientação sexual, afirmam os estudiosos da sexualidade humana. É enorme a pressão exercida sobre nós, desde muito cedo, para que sejamos heterossexuais. Além disso, existem grupos religiosos que afirmam que os gays podem mudar de orientação se estiverem determinados a isso. Embora isso seja verdade para alguns, os especialistas dizem que a maioria deles não pode fazer essa mudança e, ainda que pudesse, não se sentiria bem com isso.

Obs. Estes artigos estão escritos na revista SCIENTIFIC AMERICAN: Mente/cérebro na edição de outubro de 2012 que eu achei de grande interesse para o publico GLBT.

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